Sobre São José do Norte

Dados gerais

Área: 1.118,109 Km²
Localização: Localizado na Planície Costeira do Rio Grande do Sul
Altitude média: Mínimo 3 e máximo 5 metros acima do nível do mar
Coordenadas: latitude de 32º00’53” Sul e longitude 52º02’30” Oeste
Clima: Temperado Oceânico (Cfb)
Temperatura média anual: 16,5º C

Limites

Norte: Laguna dos Patos
Nordeste: Município de Tavares
Leste: Oceano Atlântico
Sudeste: Oceano Atlântico
Sul: Canal do Norte e Molhes da Barra – RS
Sudoeste: Estuário da Laguna dos Patos
Oeste: Laguna dos Patos
Noroeste: Laguna dos Patos

Distâncias

Capital do Estado (Porto Alegre): 360 Km
Rio Grande: aproximadamente 8 Km (travessia hidroviária pela Laguna dos Patos)
Pelotas: 51 Km
Florianópolis (SC): 764 Km
Curitiba (PR): 922 Km
Fronteira Uruguai: 276 Km
Fronteira Argentina: 750 Km

População

Total: 25.503 habitantes
Densidade demográfica: 22,81 (hab/Km²)

História

Esta restinga conhecida, antigamente, por “Península de Pernambuco” – fazendo parte do território mais tarde chamado de Capitania del Rei, Província do Rei, Capitania do Rio Grande, Capitania do Rio Grande de São Pedro, entre outros, hoje estado do Rio Grande do Sul, – era primitivamente habitada por índios carijós, charruas, e minuanos.

Os desbravadores desta região foram Cristóvão Pereira de Abreu, considerado por muitos como fundador e João de Magalhães, com sua célebre frota.

Cristóvão Pereira de Abreu chegou, na região, entre 1720 e 1725. Era tropeiro, mais tarde tornou-se estancieiro e sua importância para a região foi marcada por designações, como: ponta de Cristovão Pereira, “língua” de terra que avança na Laguna dos Patos, dentro da gleba chamada, hoje, de “Rincão de Cristóvão Pereira”, atual município de Mostardas. É ele também relacionado com a origem da freguesia de Mostardas.

Brito Peixoto, governador de Laguna, mandou seu genro João de Magalhães e seus homens, os quais formavam a conhecida “Frota de Magalhães”, estabelecer um posto de vigilância na margem setentrional do canal, na chamada “Barranca do Norte”, no local da atual cidade de São José do Norte, para assegurar a posse da barra, impedir a entrada de espanhóis e garantir o comércio de gado francamente praticado por dezenas de tropeiros. Estes conduziam centenas de cabeças de gado, ao longo do litoral, rumando a São Paulo, de onde as reses seriam dirigidas para o trabalho nas áreas de mineração. Permaneceu João de Magalhães neste local de 1725 a 1733.

Foi o primeiro posto de vigilância no Rio Grande do Sul e marcou, sem duvida, o início da ocupação no local, já que serviu de apoio a uma série de pousos e currais entre a Barra do Rio Grande e o Rio Tramandaí.

Os primitivos habitantes do município foram os índios carijós, charruas e minuanos, cuja antiga presença é lembrada em histórias que o povo conta e por utensílios usados pelos índios que são trazidos á luz pelo arado do lavrador ou desenterrados pelo vento que sopra na região.

Depois de 1732, as terras do Rio Grande do Sul começaram a atrair os povoados que se tornaram os primeiros fazendeiros. Eram os lagunistas de Brito Peixoto que vinham descendo e e povoando as terras virgens do Rio Grande do Sul. Vieram, também, alguns paulistas e mineiros, na sua maioria, tropeiros.

Com a chegada de Silva Paes e a fundação oficial do Rio Grande, em 1737, toda a região foi beneficiada. Um dos primeiros atos do Brigadeiro foi a criação da Fazenda Real de Bujuru, em 1738, atualmente, 3º distrito do Município de São José do Norte, com a finalidade de criar gado. Proveniente das Ilhas do Açores, vieram os casais açorianos que se fixaram no Estreito e em Mostardas, para desenvolverem a agricultura.

Quando a Vila do Rio Grande, em 1763 foi tomada pelos espanhóis, a restinga recebeu os refugiados. Mas os espanhóis atravessaram o canal e ocuparam a “Barranca do Norte” e com isso, os restantes penetraram mais para o interior, surgindo as primeiras freguesias: Mostardas e Estreito. A povoação de Nossa Senhora da Conceição do Estreito foi elevada á freguesia em 1765. Com a criação do Município de Mostardas, em 1963, passa a ser considerada, como primeiro núcleo de povoação do Município de São José do Norte, a localidade do Estreito.

A capela do Estreito serviu de Matriz e a Igreja de São José do Norte era uma dependência desta Matriz. A Carta Régia de 18 de Abril e a Provisão Eclesiastica de 11 de Março de 1822 elevam a Capela de São José do Norte à categoria de freguesia, consequência lógica do desenvolvimento da localidade. Por Decreto Regencial s/n, de 25 de Outubro de 1831, foi criada a Vila de São José do Norte como sede do município de mesmo nome. A instalação do Município deu-se em 15 de agosto de 1832.

Pelo Decreto nº 7199, de 31 de Março de 1938, São José do Norte foi elevada à categoria de cidade. Com a criação do Município de Mostardas, em 26 de dezembro de 1963, o Município perdeu os antigos distritos de Mostardas e São Simão

Economia

A economia do município tem como piliares principais a Agricultura, o Extrativismo Vegetal, a Pesca e a Pecuária. A pesca, a agricultura e a pecuária acompanham a economia do município desde os tempos em que ainda era vila, já o extrativismo tem seu papel na movimentação da economia municipal no últimos anos.

A Agricultura do município baseia-se em dois pilares: o cultivo de arroz e o de cebola. O cultivo de arroz encontra-se distribuído por todo o município, mas a maior quantidade do produto é produzida próxima à vila de Bujuru, perto da Lagoa dos Patos, onde alguns latifundiários utilizam uma reserva de água ligada à lagoa, abastecida em épocas em que a água está doce. O cultivo de cebola também se distribui por todo o município, que tem nos 2º e 3º distritos pequenas lavouras para sustento próprio, já que a mão de obra para este fim é pouca. Já no 3º Distrito, graças à proximidade com a cidade e à grande mão de obra, encontram-se grandes plantações. Também são grandes as plantações nas proximidades da Praia do Mar Grosso.

O extrativismo vegetal no município de São José do Norte, baseia-se na extração de resina de Pinus Elliotti, árvore plantada em larga escala ao longo da costa do oceano atlântico já para esse determinado fim, e no corte e venda da madeira dessa mesma árvore. ia. O extrativismo passou a ser parte significante na economia do município nos últimos anos quando as empresas que já tinha anteriormente feito o reflorestamento com Pinus Elliotti retornaram ao município para realizar a fase final de seus investimentos, que incluem a extração de resina e corte e beneficiamento da madeira da mesma. Assim que chegou ao município as primeiras empresas para extração de resina surgiram empregos consideráveis nessa área, proporcionando a muitas pessoas melhorias nas condições de vida. Por hora o extrativismo ainda emprega muitas pessoas mais este e um mercado próximo do fim já que grande parte de arvore já foi colhida e até que as novas mudas recém plantadas estejam em época de colheita levara alguns anos.

A pecuária marcou o início das atividades econômicas no município. O meio físico é o grande aliado da pecuária o que permite a continuidade desta atividade, pois apresenta condições muito favoráveis à criação de gado: a grande planície com vastas pastagens. A região também é abundante em águas: lagoas, sangas e banhados, tão necessários ao gado. No município de São José do Norte, existem rebanhos bovinos, equinos e ovinos, distribuídos nos três distritos. A exploração destes rebanhos ocorre de forma diferenciada nestes três distritos. O rebanho bovino concentra-se mais no distrito de Bujuru, onde se encontram os animais de melhor genética e de melhor manejo. No primeiro e no segundo distritos, a criação de bovinos é em nível de pequena propriedade e atende ao consumo próprio de leite e carne, funcionando como uma espécie de poupança, pois o produtor compra alguma rês, quando sobra algum dinheiro da cebola, e vende, quando vai mal na agricultura. O rebanho equino distribui-se uniformemente por todo o município, mas, no terceiro distrito, Bujuru, é onde se encontram os melhores animais. A maior parte desses fica dispersa pelas estradas, entre as propriedades e becos e serve, basicamente, para serviços de tração e para lides de campo. O rebanho ovino também se concentra no terceiro distrito. A exploração do rebanho é voltada para a produção de lã. O consumo de carne se dá na propriedade, não sendo vendida normalmente em açougues locais, a não ser em ocasiões especiais, como Natal, Páscoa e outros. Para o abate, são importados animais de outros municípios.

O município possui um grande potencial hidrográfico formado pelas águas da Laguna dos Patos e do Oceano Atlântico. Estas condições naturais lhe permitem plenas condições para o desenvolvimento da atividade pesqueira. A pesca industrial é realizada em alto-mar, além das três milhas, com barcos de grande porte, acima de 12 toneladas. São utilizadas extensas redes de arrasto o que proporciona maior produção. A pesca artesanal é praticada tanto na Laguna dos Patos como nas três milhas oceânicas destinadas a ela. É realizada por pescadores com embarcações de pequeno porte, embarcações de convés aberto (bote) com redes de menor tamanho do que as utilizadas na pesca industrial. Outra dificuldade que os pescadores do município enfrentam é quanto à comercialização, pois não existe um sistema definido, o que tem propiciado a instabilidade do mercado. A produção de São José do Norte é superior a da cidade vizinha Rio Grande, mas o produto da pesca local é quase que totalmente entregue às indústrias rio-grandinas que absorvem a produção. As principais espécies de pescado encontradas em nosso potencial hidrográfico são: camarão, tainha, corvina, anchova, bagre, castanha, pampo, linguado, miragaia, papa-terra, pescadinha, pescada olhuda, viola, cação, savelha, abrótea e outros. Existe, no litoral Atlântico, a pesca do marisco, praticada por turistas e moradores locais para o próprio consumo. O marisco apresenta-se em grandes quantidades, principalmente no verão, chegando à praia por ação das ondas onde frequentemente se enterram, exigindo muitas vezes dos pescadores o uso de pás para desenterrá-los.

Turismo

O Município de São José do Norte é caracterizado por sua arquitetura histórica colonial portuguesa, onde casarões antigos e seculares se encontram estampados pelas ruas da cidade. Aqueles que prestigiam a chamada “Mui Heróica Villa”, têm diferentes opções para se divertir, ampliar o conhecimento e apreciar as belezas naturais como a Praia do Mar Grosso, Molhe Leste, Barra, a localidade do Estreito e o Museu do Combate Farroupilha no Instituto Histórico e Geográfico de São José do Norte.

Os turistas que fazem a travessia entre Rio Grande e São José do Norte podem, ainda, desfrutar de uma bela paisagem da Lagoa dos Patos. São trinta minutos de uma viagem marítma inesquecível, com paisagens da Cidade do Rio Grande e a chegada em São José do Norte, onde se descortina a beleza da costa nortense mostrando por inteiro a cidade que tem ao fundo as centenárias torres da Igreja Matriz.

Localizada na Praça Intendente Francisco José Pereira, a Igreja Matriz São José foi construída em 1840 e teve sua inauguração em 1860. No início o nome da Matriz era Nossa Senhora dos Navegantes, algum tempo depois passou a chamar-se Igreja Matriz de São José e em 1875 recebeu a imagem da Nossa Senhora dos Navegantes vinda da Bahia. A primeira missa foi rezada pelo Vigário Francisco Rodrigues e pelos Padres José Joaquim Teixeira e José Antonio de Almeida Silva.

Dados da Prefeitura Municipal e Wikipedia